segunda-feira, 20 de abril de 2020

Poemas de Cecília Meireles

Olá, meninos e meninas!
As atividades desta postagem são sobre a grande escritora brasileira Cecília Meireles.

Atividade 1: 
Assista ao vídeo a seguir com uma breve biografia dessa mulher incrível e responda: qual dos acontecimentos que marcaram a vida dela mais chamou sua atenção? Por quê? Fale sobre isso com alguém da sua família.
Agora, vamos conhecer alguns dos poemas escritos por Cecília Meireles e publicados no livro chamado “Ou isto ou aquilo”. Eu fiz uma seleção de vídeos disponíveis no youtube que apresentam alguns desses poemas de forma bem divertida. Então, assista aos vídeos e escolha um deles para a atividade 2.



                     https://www.youtube.com/watch?v=gu4K3G85lOc

Atividade 2:
- Escreva o poema em seu caderno (lembre-se de colocar o título e a autora). Caso você tenha escolhido um poema muito grande, escreva apenas uma parte, aquela que mais chamou sua atenção. Os poemas estão nos vídeos e também na parte final deste material.
- Faça uma ilustração (pode ser desenho, recorte e colagem ou figura impressa da internet);
- Escreva um parágrafo apresentando o que você entendeu sobre o poema ou explicando porque o escolheu ou o que chamou sua atenção e por quê.

Atividade 3: Bom, já sabemos que Cecília Meireles escreveu muitos poemas. Mas, afinal, o que é um poema? Registre as informações a seguir em seu caderno.

Poema, poesia e soneto
Poema é um texto escrito, geralmente, em versos. Ela combina palavras, significados e sons. O poema dá mais importância à estética da linguagem, ou seja, a beleza das palavras e dos seus sentidos. Por isso, o autor do texto utiliza diferentes recursos linguísticos que podem dar ênfase às palavras como por exemplo, as rimas ou o uso de palavras com sentido figurado. Cada linha do poema é um verso. Um conjunto de versos é chamado de estrofe.
Poesia é um conceito mais amplo do que o poema e o soneto. Muitas pessoas acham que a poesia é um gênero textual, mas, na verdade, ela não está necessariamente relacionada à palavra escrita. Um belo quadro, por exemplo, pode estar repleto de poesia, assim como uma escultura, um filme, uma música e até mesmo uma bela paisagem, como o nascer ou o pôr do sol. Portanto, a poesia é uma definição mais abrangente e contempla diversas manifestações artísticas e formas de expressão.
Soneto é um tipo de poema que possui forma fixa, ou seja, apresenta-se sempre com a mesma estrutura: quatro estrofes, sendo dois quartetos (quatro versos cada estrofe) e dois tercetos (três versos cada estrofe). Escrever um soneto é tarefa para os grandes poetas, mesmo porque, além da forma fixa, é preciso muito talento para construir todos os versos com dez sílabas poéticas, os chamados versos decassílabos. 

Veja esse vídeo com uma canção que resume bem o que é um poema: https://www.youtube.com/watch?v=TedJnMYP0vk 
Agora, clique no link https://escolakids.uol.com.br/portugues/diferencas-entre-a-poesia-o-poema-e-o-soneto.htm e e registre em seu caderno a diferença entre poesia, poema e soneto.

Atividade 4: Leia o poema a seguir:

A Língua de Nhem
Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Em: Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles, Rio de Janeiro, Nova Fronteira

Se puder assista novamente ao vídeo “A língua do nhem” disponível em:

Depois, em seu caderno, escreva apenas as respostas das perguntas a seguir. Um conselho: faça respostas completas, pois esse hábito desenvolve a habilidade de produzir textos escritos.
 Questões
1.    Quantas estrofes tem o poema?
2.    Cada estrofe tem quantos versos?
3.    Rimas são sons idênticos. No poema, quais são as palavras que rimam com “nhem”?
4.    No poema, quais palavras rimam com “velhinha”?
5.    No poema, quais palavras rimam com “dormia”?
6.    Por que a velhinha estava aborrecida?
7.    O que aconteceu para que a velhinha ficasse contente?
8.    Levantando hipóteses: por que muitos velhinhos moram sozinhos? Escreva três hipóteses.
9.    De acordo com o que estamos vendo no Brasil e no mundo, os idosos são as pessoas mais vulneráveis ao Coronavírus. De que maneira é possível ajudar essas pessoas a se protegerem da contaminação?
10. Você tem uma pessoa idosa em sua casa ou na sua família? Escreva um texto sobre ela: qual seu parentesco com essa pessoa, como ela é, o que ela faz ou já fez, como é a rotina dela, qual a importância dela para você e sua família o que mais você quiser me contar (mínimo de 10 linhas).

A seguir, alguns poemas selecionados.
Escolha um deles para fazer a atividade 1.
Bons estudos!!!

POEMAS SELECIONADOS DE CECÍLIA MEIRELES

Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo …
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

A bailarina
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Para ir à Lua
Enquanto não têm foguetes
para ir à Lua
os meninos deslizam de patinete
pelas calçadas da rua.
Vão cegos de velocidade:
mesmo que quebrem o nariz,
que grande felicidade!
Ser veloz é ser feliz.
Ah! se pudessem ser anjos
de longas asas!
Mas são apenas marmanjos.

 As meninas
 Arabela
abria a janela.

Carolina
erguia a cortina.

E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”

Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina,
a mais sábia menina.

E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”

Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;

uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.

Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,

que dizia com voz de amizade:
“Bom dia!”
  
O último andar
No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar.
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar:
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.

O mosquito escreve
 O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.

E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.

Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.

Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?

E ele está com muita fome


O menino azul
 O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

 Leilão de jardim
 Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
  
O Eco
 O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: Onde? Onde?
O menino também lhe pede:
Eco, vem passear comigo!
Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.
Pois só lhe ouve dizer: Migo!

 A chácara do Chico Bolacha
 Na chácara do Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!
Quando chove muito,
O Chico brinca de barco,
porque a chácra vira charco.
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.
Por isso, com o Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha.
Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Caxambu.
Outras coisas, ninguém procura,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha!
  
A avó do menino
 A avó
vive só.
Na casa da avó
o galo liró
faz "cocorocó!"
A avó bate pão-de-ló
E anda um vento-t-o-tó
Na cortina de filó.
A avó
vive só.
Mas se o neto meninó
Mas se o neto Ricardó
Mas se o neto travessó
Vai à casa da avó,
Os dois jogam dominó.

 A Língua de Nhem
 Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Uma Palmada Bem Dada 
É a menina manhosa
Que não gosta da rosa,
Que não quer A borboleta
Porque é amarela e preta,
Que não quer maçã nem pêra
Porque tem gosto de cera,
Porque não toma leite
Porque lhe parece azeite,
Que mingau não toma
Porque é mesmo goma,
Que não almoça nem janta
porque cansa a garganta,
Que tem medo do gato
E também do rato,
E também do cão
E também do ladrão,
Que não calça meia
Porque dentro tem areia
Que não toma banho frio
Porque sente arrepio,
Que não toma banho quente
Porque calor sente
Que a unha não corta
Porque fica sempre torta,
Que não escova os dentes
Porque ficam dormentes
Que não quer dormir cedo
Porque sente imenso medo,
Que também tarde não dorme
Porque sente um medo enorme,
Que não quer festa nem beijo,
Nem doce nem queijo.
Ó menina levada,
Quer uma palmada?
Uma palmada bem dada
Para quem não quer nada!

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